Conta a lenda que Prometeu conseguiu
roubar o fogo do Olimpo para entregá-lo aos mortais.
Dominando o fogo, os homens tornar-se-iam
possuidores de uma
prerrogativa divina, o governo da natureza.
A história
nos ensina que alguns escultores como Fídias, Policleto e outros,
procuravam
somente mudar os acidentes, volume e
forma do mineral que
iria compor suas esculturas (mármore), pois sabiam
que não poderiam modificá-lo substancialmente.
Tinham
compreensão que agindo desta maneira conseguiam acondicionar e
humanizar a
natureza, fazendo dela, uma obra de arte.
Da mesma forma, cada qual de nós dentro de nossas possibilidades,
buscamos amoldar a natureza que está a nossa volta, em busca de tornar o
ambiente externo, aprazível e útil.
Isto nos trouxe facilidades e conforto, más, também, ilusão e dor .
Ilusão e dor, porque nos distanciamos da natureza interna e
confundimos com o passar do tempo, realidade, com o que nos parecia real.
Pensamos que mudar a natureza, seria apenas agir sobre os
elementos da mesma, e na verdade o que se preconizava da lenda de Prometeu era
o governo da natureza interna de cada um.
Somos possuidores da prerrogativa divina de volição sim, mas ainda
não conseguimos transformar o caos interior em cosmos, e esta, com certeza, não
é uma simples façanha.
Creio ser agora o momento mais que oportuno, para alterarmos o
rumo desta grande massa que se mostra crítica, e assim trazer novas posturas espirituais, políticas
e sociais.
Quando vejo as atividades da FTU- Faculdade de Teologia Umbandista, sinto-me imensamente feliz por
que a nossa tão vilipendiada religião Afro-brasileira, vem ressurgindo forte,
fazendo com que teoria floresça em
prática e assim vamos construindo um novo homem.
O mundo espera estes novos tempos a milhares de anos e somos
responsáveis em concretizá-lo para nós mesmos e as civilizações futuras.
Afinal já estamos cansados de ver, cenários diferentes com os
mesmos artistas a contracenarem, ora drama, ora comédia.
Estamos cansados de ver, supostos dirigentes espirituais a querer
criar kits de doutrina, títulos, cartilhas de condutas e usar de
palavras de efeito, com o intuito apenas de sugestionar mentes, levando-as por
caminhos que eles próprios nunca trilharam.
Precisamos de mãos que
façam e não somente de bocas que falem.
Precisamos de dirigentes que ofereçam respostas condizentes com a
lógica dos dias atuais ou seja, a volta do ser espiritual a unidade.
Nesta época que antecede as eleições, precisamos de políticos que
saibam que estão comprometidos com a verdade, com a ética, com a
interdependência de todos os seres, e
definitivamente façam-se ferramentas dos desejos da população mais carente.
Enfim a nossa natureza é com certeza sagrada, e devemos prestar
atenção à ela com o devido respeito, pois a todos foi dado o direito de
iluminação, e assim deveríamos caminhar...
Ygbere
Discípulo de Mestre Arhapiagha - Pai Rivas
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