domingo, 28 de novembro de 2010

Após demonstrar os alfabetos pelo mundo falaremos sobre...


Símbolos e sSinais Sagrados da Umbanda

Introdução
            A Umbanda é uma religião genuinamente brasileira, formada pelo congraçamento da três raças matrizes deste povo, o índio, o branco e o negro. 
Toda essa riqueza cultural contribuiu para a formação de inúmeras escolas dentro da Umbanda, cada uma com sua interpretação do Sagrado.
            Xambá, Toré, Babassuê, Terecô, Candomblé de Caboclo, Jurema e enfim, Umbanda. A Umbanda é o recipiente onde se misturaram conceitos tão diversos como reencarnação, cabala, pajelança, orixás, magia, chackras.
            A tradição oral de cada povo foi responsável pela propagação e sincretismo dos sinais e símbolos religiosos.  E neste caso, na Umbanda foram denominados de Sinais de Pemba ou Pontos Riscados.
            A raiz ameríndia é aventada por pesquisadores como Lund, Hartt, Ameghino, Hardick, como sendo a origem da Humanidade, contradizendo a hipótese européia de que seria na África essa origem (ITAOMAN, 1990, p. 24). E mesmo nos livros sagrados como o Popol Vuh (GORDON, B; MEDEIROS, S. 1997, p. 58) e na Bíblia Cristã é no barro (vermelho) que se originou a humanidade.  Então a origem estaria na raça vermelha e não na raça negra? Esta hipótese é a fonte de grandes conflitos no meio acadêmico.
            A equipe da Prof.ª Maria Beltrão (Unicamp) é a responsável por desmistificar a imagem de selvagens do povo ameríndio, mostrando que eles tinham profundos conhecimentos de astronomia, e que a datação dos instrumentos e pinturas encontrados nas grutas de Tocas e Cosmos chegam a 300.000 anos. (ITAOMAN, 1990, p. 25).
            Possuidores de uma cultura completamente diferente dos brancos colonizadores, os ameríndios foram subjugados e dizimados em poucos séculos.  E o sincretismo entre sua religiosidade e o Catolicismo originou a Santidade e a Pajelança no Pará e Amazonas, e o Caatimbó no restante do país. (BASTIDE, 1960; ITAOMAN, 1990, p. 27-31). E foi no Caatimbó, em sua riqueza ritualística, que o negro mais tarde, principalmente o povo Banto, faria seu sincretismo religioso (RIVAS, M., 2008). Surge então, o Candomblé de Caboclo. Oxalá representando Tupã, Yemanjá como Janaína, Ogum como Cariri, Oxosse como Sultão das Matas, Exu como Caipora, Babás e Eguns como Caboclos Tupinambá, Tupiara, Jaú, Irerê, Pedra Negra, entre outros. (ITAOMAN, 1990, p. 30).
            Com a raiz negra (africana) se conheceu a escravidão na sua forma mais cruel, o mercantilismo hediondo.  As guerras tribais, a islamização, os interesses europeus e o silêncio vergonhoso da Igreja foram os responsáveis por esta mácula na história do povo brasileiro.
            E foi com Frobenius que se pode compreender o requinte, a complexidade e a grandeza da religiosidade iorubana, podendo ser comparada à religiosidade grega. (FROBENIUS, 2007, p. 13).
            Iorubás, Jejes, Haussás, Minas, Cambindas, Angolas, Sudaneses e Bantos, todos chegaram ao Brasil por meio da escravidão. E foi em terras brasileiras que essas etnias, envolvidas há tanto tempo em guerras e disputas tribais, agora equiparadas pela escravidão que a todos tornava iguais, encontraram o silêncio e a reflexão. Diante da necessidade de sobreviverem e preservarem sua cultura, fé e tradição, tornaram-se irmãos novamente.
            Sincretizaram-se com o Catolicismo e com a Pajelança/Caatimbó. Mantiveram o conceito de Deus Supremo (Olorum), eterno masculino (Obatalá), eterno feminino (Oduduá), conceito de dinamizador da existência (Exu), forças vitais (Iwá-Aché-Abá), mediador (Orixá), universos paralelos (Aiyé e Orum), destino (Odu), Ancestrais (Egun-Agbá), sociedades secretas (Egungun e Geledé), Iniciação e Pais Babalawos. (ITAOMAN, 1990, p. 39-40).
            A raiz branca veio representada pelos Indo-europeus (arianos) e pelos Judaico-cristãos (Heleno-semítico).
Foram os ingleses que trouxeram a cultura ariana, Brahmânica e Budista.  Trouxeram conceitos como reencarnação, karma, prana, chakras,  kundalini, tantra.  A Teosofia (Blavatsky, Besant, Neels) influenciou definitivamente o Kardecismo.
A bacia do mediterrâneo foi influenciada pela cultura e religiosidade do Egito, matemática, geometria, medicina, alquimia, astrologia, gnose. Gregos, persas, árabes, judeus, todos foram povos que trouxeram para a Europa o conhecimento iniciáticos dos templos do Vale do Nilo.  Heranças como Cabala, Alquimia e conceitos essênios causaram abalos profundos na formação do povo brasileiro.
E como se deu a formação dos símbolos e mitos que nortearam a formação do inconsciente coletivo?
No vazio, a substância escura aglutina-se em um infinito ponto, em um instante-tempo o processo pára, a energia concentrada naquele ponto emerge em uma grande explosão – o Big Bang.  O Um se transforma em Três, Luz – Som – Movimento. Irrompe a vida, o vazio está agora limitado, surge o espaço, a forma, o Sagrado torna-se plural.
O som, o conhecimento e o reconhecimento da natureza, instauram a manifestação da vida, a criação do nome, os gestos que recuperam a origem, fruto da experiência do homem com a natureza que o cerca.  Mircea Eliade define esta experiência de hierofania como algo de sagrado que se nos revela. (ELIADE, 2001, p. 14-5)., afirma que os mitos, enquanto uma expressão do sagrado, narram uma história, que remete àquilo que os deuses, os seres divinos fizeram no começo dos tempos. Assim, os mitos são narrativas que resgatam o início da existência de todas as coisas, isto é, revelam como tudo passou a existir. (ELIADE, 2001, p. 82-5).
Para Mielietinski, certas estruturas das imagens primordiais da fantasia coletiva e categorias do pensamento simbólico que organizam as representações originadas de fora são os elementos estruturais da psique inconsciente. (MIELIENTINSKI, 1987, p. 69).
Para Jung, os mitos conduzem às fontes originárias, presentes no inconsciente coletivo. E os arquétipos representam imagens, papéis a serem desempenhados, e também o processo de individualização, o consciente individual. (JUNG, 2008, p.17).
Surge assim o símbolo como modo de significar o “ente” ou “algo” enquanto finito. O símbolo está em lugar de algo. (SANTOS, 2007, p. 8). No pensamento junguiano, os símbolos constituíram a psique humana tanto coletiva como individualmente. (JUNG, 2002, p. 53).
Jung define inconsciente coletivo como algo que é herdado, consistindo de formas preexistentes, arquetípicos, que podem se tornar conscientes. (JUNG, 2002, p. 54). Fala também do inconsciente individual como sendo constituído essencialmente de conteúdos que já foram conscientes e, no entanto, desapareceram da consciência por terem sido esquecidos ou reprimidos. (JUNG, 2002,  p. 54).
Na religião podemos ver os símbolos nos ritos e liturgias, através das palavras que determinam, nos gestos que atraem, e nos sinais que fixam. Podemos observá-los nas vestimentas, nos objetos, nas danças, nos cânticos e nos espaços destinados ao sagrado.
Alguns símbolos existem em todas as culturas e em todos os tempos.
A árvore, a montanha, a água (morte e renascimento), a terra, a mulher, a pedra, a lua, o sol, as aves, os animais, a cruz, o arco e a flecha, a cobra, o círculo, o quadrado, os triângulos, todos estão presentes em maior ou menor grau na cultura de todos os povos. 
Quais foram os símbolos mais utilizados por cada raça? Que símbolos trouxeram com elas ao chegarem ao Brasil? Como se deu esse sincretismo e o que resultou hoje na Umbanda?
E os pontos riscados? Como surgiram?
Os pontos riscados são sinais gráficos feitos no chão, paredes, ou tábuas de madeira, com um bastão de giz mineral (pemba). São riscados apenas por sacerdotes com finalidade magística ou para identificar e qualificar a entidade presente.
Embora a pemba tenha sido trazida pelos Yorubás, muito se perdeu dos sinais sagrados devido à islamização, visto que os altos sacerdotes de Ifé eram perseguidos e mortos, e alguns poucos sobreviventes, vendidos para o Brasil como escravos. O Islamismo, portanto, destruiu a cultura Yorubá.

Segundo Max Müller:
É inevitável, é uma necessidade inerente à linguagem, se reconhecemos nesta a forma externa do pensamento: a mitologia é, em suma, a obscura sombra que a linguagem projeta sobre o pensamento, e que não desaparecerá enquanto a linguagem e o pensamento não se superpuserem completamente: o que nunca será o caso. Indubitavelmente, a mitologia irrompe com maior força nos tempos mais antigos da história do pensamento humano, mas nunca desaparece por inteiro. Sem dúvida, temos hoje nossa mitologia, tal como nos tempos de Homero, com a diferença apenas de que atualmente não reparamos nela, porque vivemos à sua própria sombra e porque, nós todos, retrocedemos ante a luz meridiana da verdade. Mitologia, no mais elevado sentido da palavra, significa o poder que a linguagem exerce sobre o pensamento, e isto em todas as esferas possíveis da atividade espiritual. (MULLER, 1876)
            Ao chegar ao fim deste trabalho de conclusão de curso, deparei-me com as afirmações do eminente escritor acima citado e pude compreender a longa viagem que o povo brasileiro fez em busca de sua identidade espiritual, cultural, social e econômica.
Ficou claro que os processos sincréticos aos quais ele foi submetido configuraram em sua psique a atuação maciça de três raças matrizes, a vermelha, a negra e a branca. Este caldeamento racial culminou por meio do amalgamento destas culturas em um mestiço, o homo brasilienses. Neste momento, tínhamos um legítimo cidadão planetário.
Sua capacidade em suportar culturas diferentes fez dele um ser diferenciado.
Todo o povo brasileiro é naturalmente místico, em todos os rincões deste país sobejam às crendices e a fé no sobrenatural. Assim sendo, não acreditamos que a Umbanda tenha sido fundada em 1908, já que há relatos de fenômenos religiosos há mais de 500 anos por Padre Manoel da Nóbrega ao qual citamos no início deste trabalho. (PRIORE, 2004, pág. 52)
Estando inserido constantemente no mito, vive ele sempre em um momento atemporal. Sua maneira de ver ou conceber teorias passa sempre por processos intuitivos, valorizando o sujeito (essência), em detrimento do objeto (forma).
JUNG define a estrutura do Inconsciente Coletivo por algo que adquirimos por meio da hereditariedade, e o Inconsciente Individual por meio de arquétipos que estão esquecidos momentaneamente. (JUNG, 2002, pág. 53)
As Escolas Umbandistas ao utilizarem todos esses símbolos e sinais evocam esta herança, fazendo com que o indivíduo-adepto traga à tona os arquétipos esquecidos constituidores da Inconsciência Individual.
O povo brasileiro, que recebeu estas cargas de informação ancestral das raças matrizes acaba funcionando como um elemento de convergência, facilitando nele os processos de abstração espiritual e mística que o remete assim, à Síntese.
É por isso que podemos ver na diversidade da Umbanda, a única religião brasileira, uma amostragem fidedigna destas atuações sincréticas. O adepto desta corrente Filo-Religio-Científica utiliza os símbolos e sinais como ponte para o sobrenatural.
Ao traçar um sinal que denomina de Lei de Pemba estabelece um Espaço Sagrado que ora vai habitar, é neste momento que ao fazer o círculo, inserindo nele os símbolos arquetipais, aproxima o céu da terra, fazendo com que não exista mais o sujeito e o objeto e acaba assim imergindo no mundo Sagrado.
Eliade propõem que “o sagrado não é um momento histórico da consciência humana e sim um elemento estrutural desta mesma consciência. Logo, ao ler atentamente esses sinais, pudemos constatar que os mesmos possuem formas da construção cósmica (Cosmogênese). (ELIADE, 1978, Tomo I, vol. I pág. 13).
E sendo o homem o microcosmo dentro do macrocosmo, teria sido ele estruturalmente construído da mesma maneira (Antropogênese), pois vivenciou os processos minerais, vegetais e animais bastando ver a sua constituição psicofísica para saber que está impresso nela toda esta memória ancestral.
Observando o espaço veremos que em sua formação, existem constelações em formas de foices, espirais, machadinhas, flechas, animais, tal qual um dia os antigos observaram e nomearam estas mesmas constelações.
Veremos ainda, que esses mesmos sinais podem ser analisados e  situados dentro das inúmeras escolas umbandistas, notando que em algumas escolas os sinais obedecem a um momento histórico, demonstrando que estas ainda estão polarizadas em um aspecto sincrético de uma determinada raça. Veremos que umas utilizam símbolos e sinais judaicos – cristãos outras estão arraigadas nos cultos de nação, cultos indígenas e o espiritismo de Kardec.
Aguardamos o momento da Síntese...
Resumo do Trabalho de Conclusão de Curso de :Osvaldo Olavo Ortiz Solera - Ygbere

Referências Bibliográficas
BASTIDE, R. As Religiões Africanas no Brasil. São Paulo: Livraria e Editora Pioneira, 1960, 240 pág.
ELIADE, M. O Sagrado e o Profano. São Paulo: Ed. Martins Fontes, 2001, 191 pág.
ELIADE, M. História das Crenças e das Idéias Religiosa. Rio de janeiro: Zahar Editores, 1978, Tomo I, vol I, pág.13
Frobenius, L. A gênese Africana: contos, mitos e lendas da África. São Paulo: Landy Editora, 2007, pág 13.
GORDON, B; MEDEIROS, S. Popol Vuh. São Paulo: Ed. Iluminuras, 1997, 480 pág.
ITAOMAN, M. Pemba a Grafia Sagrada dos Orixás. 1ª Ed. Brasília: Thesaurus, 1990.  317 pág.
JUNG, C. G. O homem e seus símbolos. Rio de Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 2ª Ed., 2008, 429 pág.
JUNG, C. G. Os Arquétipos e o Inconsciente Coletivo. Petrópolis: Ed. Vozes, 2ª Edição, 2002, 447 pág.
KI-ZERBO, J. História da África Negra. Paris: Ed. Europa-américa, 1972. Vol.I, pág. 130.
KI-ZERBO, J. História da África Negra. Paris: Ed. Publicações Europa-américa, 1972. Vol.I, pág. 19-20.
KI-ZERBO, J. História da África Negra. Paris: Ed. Europa-américa, 1972. Vol.I, pág. 256-66.
PALLAS, A. 3333 Pontos Riscados e Cantados.  Rio de Janeiro: Ed. Pallas, 5ª Ed., 2008, vol I e II, 287 pág.
PRIORE, M. D. Religião e Religiosidade no Brasil Colonial. 5ª edição. São Paulo: Ed. Ática, 2004, pág. 52.
PRIORE, M. D. Ancestrais. 9ª edição. Rio de Janeiro: Elsevier Editora, 2004, pág. 32-40.
RIVAS, F. R. Sacerdote, Mago e Médico – Cura e Autocura Umbandista. São Paulo: Ícone Editora, 2003, pág. 459.
RIVAS, F. R. Umbanda – O Arcano dos 7 Orixás. São Paulo: Ícone Editora, 1999, 247 pág.
RIVAS, M. E. O Mito de Origem – Uma Revisão do Ethos Umbandista no Discurso Histórico. 2008. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado na Faculdade de Teologia Umbandista, São Paulo.
SANTOS, G. A. Selvagens, Exóticos, Demoníacos. Idéias e Imagens de Gente de Cor. In: ESTUDOS AFRO-ASIÁTICOS, Ano 24, vol. 2, 2002, pág. 275-89.
SANTOS, G. S. Pontos Cantados e Riscados.  Rio de Janeiro: Ed. Orphanake, 5ª Ed., 2003, 164 pág.
SANTOS, M. F. Tratado de Simbólica. São Paulo: Ed. E.Realizações, 2007, 352 pág.
SILVA, W. W. M. Umbanda de Todos Nós. Rio de Janeiro: Livraria Freitas Bastos, S. A., 1969, 366 pág.




terça-feira, 16 de novembro de 2010

Mais alfabetos...

Alfabeto Glozel...
Glozel é uma pequeníssima aldeia a sudeste de Vichy, na França. No dia 1º de março de 1924, o jovem de 17 anos Émile Fradin, juntamente com seu avô, lavrava uma área de pastagem quando um dos animais que puxava o arado atolou devido ao brusco afundamento do terreno. Ao liberar o animal, Fradin constatou a existência de uma construção, afundada no terreno. Escavando, encontrou pedras assentadas, tijolos, cacos de cerâmica, uma tábua coberta de curiosos sinais e alguns instrumentos de pedra.

Os achados começaram a ser analisados por um médico de Vichy e também arqueólogo amador, o Dr. Antonin Morlet, que em seu primeiro relatório afirmou que o achado não tinha qualquer ligação com os estabelecimentos romanos ou gauleses conhecidos. As escavações continuaram, e começaram a sair vasos de cerâmica, pedras com inscrições e diversos implementos de pedra e osso de rena. Dois anos após o primeiro achado, o número de objetos retirados era da ordem de dois mil, bem como ossos humanos, uma parte dos quais se apresentava fossilizada.
Mesmo assim, devido à política nada científica dos cientistas oficiais, o achado foi considerado uma fraude. O conservador chefe do Museu de Saint Germain, professor Salomon Reinach, de sólida reputação, escavou no local, e no tocante às inscrições afirmou aceitar a existência de uma escrita, bem como sua originalidade, sem qualquer ligação com as identificadas até então. Ao mesmo tempo, pesquisadores portugueses chegaram à conclusão de que também em seu país havia um sítio com material similar em Alvão (região de Trás-os-Montes), que foi localizado em 1894 (são as famosas “Pedras do Alvão”, atualmente em um museu daquela cidade e não abertas à visitação pública).

Fradin chegou a ser processado por falsificação em 1930, mas foi absolvido, por total falta de provas (era muito material para ser falsificado por um homem só, ignorante em arqueologia e sistemas de escrita). Com o início da Segunda Guerra Mundial e a morte do Dr. Morlet, o silêncio caiu sobre o assunto, para somente ser ressuscitado nos anos de 1970.

Émile Fradin, que se tornou um eminente arqueólogo, com muito esforço veio a formar um importante museu com o material recolhido em Glozel – ver o website oficial do museu - www.museedeglozel.com – , no qual encontram-se quase duas mil e quinhentas peças, entre cerâmicas, pedras trabalhadas e gravadas, ossos humanos e de animais, sendo que os ossos mostram uma tendência generalizada para a fossilização, o que pode indicar grande antigüidade.

Os ossos de animais apresentam-se com desenhos, similares ao do período pré-histórico denominado Magdalenense, pois mostram lobos, caçadores, renas, e diferem daqueles pelo fato de existirem alguns com sinais de escritura, do tipo denominado “glozeliano”. Isso não significa que o material seja do período Magdalenense, mas é um fato intrigante!

Depois de décadas, uma parte do material de Glozel terminou por ser autenticado. Assim, o Museu Nacional de Antigüidades da Escócia, a Comissão de Energia Atômica Dinamarquesa de Risö e o Centro Francês de Estudos Nucleares de Fontenay-aux-Roses, em exames paralelos de termoluminescência, concluíram que as peças eram autênticas, datadas de pelo menos 2500 anos (cerca de 500 a.C.). Posteriormente foram realizados testes de carbono-14 em diversos ossos com inscrições; obteve-se uma datação de pelo menos 8 mil anos, havendo inclusive algumas peças que atingiram 12 mil anos [tais peças foram descartadas depois, sendo consideradas como “contaminadas” por substâncias que interferiram na datação].

As ossadas humanas revelaram datas bem diferenciadas, sendo algumas contemporâneas dos ossos com inscrições, outras medievais e outras bem mais antigas, com até 18 mil anos.



Textos extraidos do blog de Paulo Stekel.