O Paganismo filosófico é resultado desta regressão mental, seguindo a marcha de uma criança que se torna um letrado e domina a Europa atual, já escravizada na época de Pitágoras. É contra ele que o grande Iniciado e as Ordens que fundou de acordo com os planos da síntese órfica tentaram, em vão, agir como terapeutas sociais, entre as sobras (detritos) das Terceiras Ordens jônicas e fenícias que haviam corrompido o espírito e subvertido as antigas organizações da Grécia e da Itália, dos celto-eslavos e dos pelasgos, das quais falamos antes.
Esses seculares teólogos laicos, principalmente Pitágoras e Aristóteles, que se destacaram sobre o fundo banal do seu tempo como homens de outra raça e de outro Ciclo, vieram dos seus templos metropolitanos do politeísmo para esforçar-se em debelar uma dupla praga instalada perpetuamente no seu povo, como a revolução civil e seu corretivo militar, a guerra. São Paulo, em suas Epístolas aos romanos, define maravilhosamente a mediocridade da terceira casta mental e moral e podemos dizer até que estes filósofos a haviam previsto.
A história comprova mais que suficientemente, ó, o quão refratários permaneceram esses meios à ação desses homens, a todo espírito hierárquico, a toda a sociologia, e como somente a segunda raça mental, a dos Estados-Maiores militares, poderia uni-los em paz forçada.
Esse admirável Pitágoras, que criou a palavra Filosofia no idioma grego, era um filósofo no sentido em que entendemos o termo Filosofia: possuir sua própria sabedoria? Um religioso, sim; um fundador de Ordens, que seja; o São Benito do quase divino Orfeu, bem; porém um filósofo, é dizer muito, e não é o bastante.
Os chefes das confrarias órficas que naquela época dirigiam a Grécia e a Itália foram chamados, por muitos séculos, de teólogos e profetas.. Antes de Pitágoras, Numa tinha sido um dos enviados à nascente anarquia dos romanos. Era o rei eleito de um Colégio Sacro etrusco de acordo com os ritos patriarcais. Os Mestres mediterrâneos do Grande Samien possuíam as mesmas características: Epimênides; Ferécido, de Siros; Aristeas, de Proconesis; todos eram teólogos e profetas, o segundo é taumaturgo; o terceiro é sacerdote. Seu antecessor na Itália, Xenófanes, pai espiritual dos Eléates, era igualmente teólogo, combateu a peito aberto o Paganismo dos jônicos e mesmo o seu politeísmo, como também o dos fenícios.
Além disso, os hierofantes que instruíram Pitágoras não eram filósofos: Temístocles era grande sacerdotisa de Delfos; Abaris era sacerdote do Verbo Solar entre os hiperbóreos; Aristeas, já mencionado; Zalmoxis era o chefe dos sacerdotes trácidas; Aglaofemo era grão-sacerdote de Lesbetra, etc, etc.
Não mencionamos aqui mais que os chefes dos templos da proto-Grécia, a Órfica, a Eslava, que se interligam com as federações celto-eslavas e pelasgas, as quais se remontam à Igreja patriarcal que Manu e Moisés designam pelos nomes de Koush e Rama.
Mas vamos prosseguir com Pitágoras nas metrópoles iniciáticas da África e da Ásia. Seus Mestres sacerdotais são: em Sais, o profeta de Oshi; em Om, Heliópolis; no templo no qual Moisés, com o nome de Oshar-Sif, tinha sido o profeta de Oshi-Rish e o iniciador de Orfeu, o profeta Hôn-Ofi. Na Babilônia é Nazarath (este nome é sugestivo, porque o profeta Daniel, o nazareno, era então o Grão-Mestre da Escola Sacra dos magos). Na Pérsia, é o chefe dos neo-zoroastrianos, o Gheber Zarothosh. No Nepal, visitado também por Lao-Tsé, é o primeiro pandit do Sacro Colégio de Brahma, depois de Krishna, e antes deste último de IShVa-Ra.
Detemo-nos aqui para mostrar algumas etapas importantes da antiga unidade religiosa. Esta contava com numerosas sínteses e alianças superpostas, como segue:
1º A Universal de IShVa-Ra;
2° A Índia das raças morenas e douradas, as de Bharat e de IShVa-Ra;
3º A Ária conquistadora, a de Pavan, do Hanouman, escrita de Rama;
4º O sistema de Nareda, que foi aderido à proto-síntese;
5° A brahmânica concordatáría, a de Krishna, fonte do abrahamismo dos cashidim, sendo estes últimos uma ramificação dos iyotishikas de Caçi, Cashi. O egipcianismo concordatário segue os Pouranikas, de Tirohita.
Essa superposição dos sistemas pré e pós-diluvianos, de seus Ciclos e das suas doutrinas, é quase impossível de captar em razão da inversão do Selo de AMaTh, que, feito por Krishna cerca de 3 mil anos antes de Pitágoras, envolve a Palavra do Verbo BRA-ShITh, do seu ShéMa e do SéPheR. Mas, com o Arqueômetro, é relativamente fácil de reconhecê-la (a inversão), e a sobreposição indicada anteriormente se torna então muito clara.
Moisés chama à proto-síntese a primeira aliança: Adão, em veda AD-Am, Unidade-Universalidade; e ela se multiplica em tantas Igrejas étnicas quanto Moisés, seguindo os egípcios, os caldeus, os brâmanes, os magos, o Kouo-Tsé-Kien do Extremo Oriente e os Votánidas do Extremo Ocidente, mencionam os patriarcas até Noé.
Então, começam a deutosíntesis e a segunda aliança universal. Se tivéssemos que mencionar todos os documentos históricos dessas duas Igrejas católicas, este livro quase não seria o bastante para isso. Moisés, que os teve todos sob sua vista, registra alguns entre eles, com sua habitual precisão, os que concernem, e interessam hoje mais do que nunca para a vanguarda da raça branca na Ásia, no Nepal e na Pérsia. A seguir, a tradução das palavras, extremamente misteriosas e ocultas com uma arte grande, porque seu fundamento é muito simples, muito real e, sobretudo, sem metáforas, nem filosofia.
Bereshith, c. VI, vers. 1, 2, 3, 4.
1. "Tendo-se pervertido a Igreja do patriarca Adão, em razão da multiplicação das raças e da sua mistura, sobre a face visível (PhaNa-I) da Terra espiritual (ADa-MaH), resultando na formação de numerosas confrarias de virgens.
2. "Os filhos dos Alhim celestiais amaram estas filhas de Adão. Tomaram-nas por esposas espirituais, por inspiradas, por Nashim, aquelas cujo amor os tinha cativado mais em espírito: (B'HaROu, inversão de BaROu-aH).
3. "Porque os Nephilim* existiram sucessivamente sobre a Terra astral desses Ya-Mim, Épocas e Ondas luminosas do Yá. Com efeito, desde que os filhos dos Alhim tinham freqüentado as confrarias virginais da Igreja de Adão, a aliança ghiborea, a grã Boreal havia nascido desta inspiração e havia fundado, desde a mais remota Antigüidade, o Anosh-yá, a corporação masculina do Yá, o Estado-Maior sagrado de Ha-Shem, do Shema celestial da glória divina."
Eis a antiga aliança chamada hoje em dia ariana, fundada por uma reação das virgens inspiradas contra a decadência universal. Pitágoras não esquecerá, como chefe de Ordens, de agradecer ao verdadeiro feminismo toda a sua Missão, toda a sua parte legítima de influência.
Além da aliança citada, porém muitos séculos depois, temos que mencionar a aliança que data do patriarca Koush antes da Revolução Nemródica. As metrópoles orientais, cujos Sacros Colégios tinham como correspondentes todos os outros centros mais ou menos aderidos à Antiga Ordem, eram: a capital de Jana-Cadesha; Mithilâ, para a seção das ciências divinas e humanas chamadas Purânicas, ou Humanidades Santas, e Kashi, para a seção das ciências chamadas positivas ou iyóticas, porque a Astronomia, levada até a fisiologia cósmica, era considerada a síntese dessas ciências.
São dessas épocas históricas que datam, muito antes de Moisés, as relações sacerdotais da Índia com o Oriente e o Extremo Oriente, de uma parte, e o Norte da Ásia e a Europa, incluindo Grécia e Itália, de outra. E por último, com Egito e Etiópia. Foi de Kashi, hoje em dia Benares, que veio o Colégio dos Kashidim (literalmente, dado por Kashi), os caldeus. Era aí também que os magos do velho Irã iam terminar seus Altos Estudos Iyóticos. Mas, depois do primeiro Zoroastro e da reputação do culto dos Devas, que considerava como oponente a velha Ortodoxia, abstiveram-se de Mithilâ, o Grande Colégio Purânico freqüentado pelos sacerdotes egípcios, cólquidos, délficos e outros.
Pitágoras era, pois, um religioso, um piedoso peregrino da Unidade e da Universidade Patriarcal, um fiel de sua dupla revelação e de seu duplo critério, que estudaremos mais adiante: a vida e a ciência. A vida, vida eterna, porque sem ela o Thanatismo, que é a finalidade de todo ser, seria o Princípio da vida, o que é absurdo. A ciência, não a do homem, mas aquela que antes dele já estava escrita, com todos os seus feitos, desde o infinitamente grande até o infinitamente pequeno. A biologia do Universo invisível e a fisiologia do Universo visível.
À parte disso, escutemos por intermédio dos seus discípulos, e eles nos dirão se os critérios da verdade são objetivos ou subjetivos, reais ou metafísicos, vivos ou .mortos, universais ou singulares.
"A razão humana não tem, por si mesma, mais do que um valor de conjetura. A ciência e a sabedoria pertencem somente à Divindade e nós só temos a capacidade de obter esse conhecimento de acordo com o nosso grau de receptividade."
Essas palavras, a que nos refere Proclo, exalam cheiro de incenso, aos altares do Verbo, seu Cristianismo Uno e Universal, sua Revelação descontínua desde os primeiros patriarcas até os de nosso tempo.
Comecemos pelos altares do Verbo.
É historicamente certo que Pitágoras reconstituiu, graças ã documentação dos templos, um dos livros de Orfeu: O Verbo hierático. Dedicou-o à memória desse profeta eslavo, renovador da Grécia e da Itália patriarcais. Com certeza, os sacerdotes egípcios conservavam, com o nome de Thoth, livros provenientes da proto-síntese pré-diluviana do Verbo, e, debaixo do livro de Thoth, os da Deuto-sínteses pós-diluviana. Não temos dúvidas de que o fundamento desses livros era comum às Universidades religiosas da Europa, da África, da Ásia e inclusive da América, até a revolução política e filosófica que, em 3100 antes da Encarnação, quebrou esta Santa aliança e a obrigou a ser ocultada. É indiscutível que entre os títulos miriônimos do Verbo, disseminados entre essas duas sínteses, figura desde toda a Antigüidade seu nome direto e invertido; em etíope ShOu-I, em zenda IOSh, em caldeu IShO, em veda IshVa, em sànscrito ISOua, em chinês ShOuI e SOul. É o IeShU, Rei dos patriarcas de nossas liturgias. Esse mesmo nome era o de Moisés, escrito tal como o do Infante Thermouthis, que foi: M'OShI, dedicado a OShI.
Os Qabbalistas têm toda a razão, quando dizem por hábito de tradição: o nome de Deus está dentro do de Moisés; porém eles não podem apresentar as provas disso: elas estão no que precede.
Nós teremos que voltar detalhadamente sobre todos esses pontos; porém o que notamos aqui demonstra que o ponto de apoio tomado por Pitágoras sobre o Verbo nos Templos de Europa e da Ásia é religioso e não filosófico. Pertence à revelação universal una e contínua da Igreja e das Igrejas Patriarcais. Dessa forma, Pitágoras não pôde deixar de repudiar o Paganismo lônico, seu politeísmo ateu, sua anarquia mental, suas políticas anti-sociais. E nisso não fez mais que seguir as pegadas de Numa e de Xenófanes no Ocidente, de Lao-Tsé na China, de Daniel na Caldéia, de Zaratas na Pérsia. Muito mais ainda, o próprio Invisível o teria enviado.
Seus biógrafos, gregos e alexandrinos, dizem efetivamente que recebeu a graça de sua primeira teofania ou sua vocação em Creta, pelo ano de 550 ou 553. Tinha então alcançado e até ultrapassado seu trigésimo ano. Estava assim em uma das condições ritualísticas impostas pelas Igrejas Patriarcais ao segundo nascimento, o espiritual, para a abertura dos sentidos fisiológicos na biologia divina, a entrada, pela Porta da Morte, para sua experiência da imortalidade.
Levando o Verbo Encarnado ao cumprimento total de sua própria lei, como Verbo Criador, observou esse rito no seu retiro no deserto.
Foi assim que Pitágoras teria visto o céu e o Inferno pela primeira vez, e, nos círculos mais espantosos deste último, os dois corifeus do Paganismo, os dois magos do Jonismo mediterrâneo: Hesíodo e Homero, cujos admiráveis cantos haviam deleitado sua elegante juventude na casa do seu pai, o rico banqueiro de Samos. Desolado, não ousava acreditar no que seus olhos viam, olhava para esses espíritos vítimas do Espírito das Trevas, da turba dos Demônios, da sua luz preta e vermelha. "Por quê?", gritou-lhes. E eles lhe responderam: "Oh! Por ter maculado a deuses e homens; aos deuses, por haver-lhes dado como Mestre o Ateísmo, caluniando-os, mostrando que são corruptos como nós homens; e aos homens, divinizando seus vícios".
Eis pois uma antinomia perfeitamente resolvida cortada pela raiz pelo espírito de primeira linha de Pitágoras. De um lado, o profeta Orfeu e o Verbo Divino cuja santidade é ocultada na sua majestade celestial; de outro lado, a tagarelice humana nua e crua, notoriamente de sua arte emprestada à arte sagrada do panteísmo, em que tudo é Deus, com exceção do próprio Deus, de seu teosofismo, no qual tudo é divinamente verdadeiro, com exceção da verdade, e de Amath, o Selo do Verbo eterno, e d'Ele mesmo.
O Orfismo, mil anos antes de Pitágoras, havia sido na Europa um dos máximos esforços da aliança Templária contra a invasão da revolução asiática, de seus retóricos, de seus sofistas, de seus exploradores, de seus políticos suplantadores e escravistas.
Na época de Moisés e de Orfeu, a Creta das cem cidades tinha sido reafiliada à Santa aliança dos Templos de Manu e de Menes. Os curetes eram uma missão sacerdotal dos Kouros celebrados nos poemas hindus. A Minoa de Minos22 os tinha visto renovar um dos nós górdios,23 símbolos do Orço24 e do Orcus órfico, do juramento de aliança com Deus. A filosofia e as políticas cortaram facilmente estes nós sagrados, para desgraça dos povos; somente a religião poderia refazer a sua paz.
Estes nomes - Mínoa, Minos, Menes, Manu - significam, na língua do Bereshith: Na-NoaH, a regra, a ortodoxia de Noé. Durante este tempo, o O-Rifeo, o Ribhou dos Vedantas, o filho dos reis Sármatas daTrácia, Orfeu, renovava o mesmo prazo no santuário eslavo e pelasgo de Delfos. É a Daliph egípcia, a Daliph sânscrita. Em devanagárico,25 Dalapha ou Dalapa expressa um desses lugares santos, neutralizados, e também um desses tesouros sagrados da aliança. A mesma observação para Dodona,* uma das Dyomnas do Danu védico e dos Dodonim de Moisés.
A Grande Soberania Noaquídes, renovando o Adâmica, semeou de Dalaphas semelhantes a sua marcha sacerdotal de um extremo a outro do planeta.
Na Europa, existiam siríngos26 desse gênero do Cáucaso até os Pireneus, e o catálogo dessas bibliotecas subterrâneas era propriedade dos soberanos pontífices metropolitanos. A Cólquida também teve sua Dalapha, que motivou a expedição órfica dos Argonautas.27 Este último nome designa uma das antigas épocas da aliança chamada Arga ou Arka. Seu conselho de vigilância era chamado de Argus, o cachorro de Pan, de Phanés e do Grande Pan.
Orfeu havia sido encarregado de ser, na Europa, o renovador da Anfictionia celto-eslavo e pelasga, cuja data vem de Krishna no que concerne ao culto dos Deuses, dos Devas, dos Alhim, fruto pagão da revolução das burguesias asiáticas.
Atrás desse neoconcordato, havia-se salvaguardado a antiga ortodoxia dos OSI-oï, da qual os pontífices de Delfos conservaram, porém, o Santo Nome. Havia assim mesmo ligado a paz sagrada - na Cólquida, na Grécia; na Táurida, na Itália; e até na Gália, na Espanha - aos invasores revolucionários, contidos de século em século sobre a Europa pela represa oriental dos magos e depois pelos reis da Pérsia. Seus ensinamentos, registrados na língua deva e depois na dórica sobre placas de cobre, eram, em cada cidade central, guardados por famílias nativas que, até mesmo em Atenas, desfrutavam ainda de grandes prerrogativas no tempo de Pitágoras. Com maior razão, esses costumes subsistiam ainda na Grécia e na Itália.
A obra destruída de Orfeu foi, como já dissemos, reconstituída por Pitágoras, o qual, para selar melhor sua imparcialidade de pensamento, a submissão de sua própria razão suprema, desprezando colher os louros fáceis dos jônicos, não escreveu nem destruiu suas próprias obras para não confiar na essência delas mais que à memória de seus adeptos. Esse desprezo por toda a sua doutrina, de todos os sucessos individuais, junto com muitos outros sinais, faz de Pitágoras um grego sem igual; aproxima-o tanto dos sacerdotes patriarcais quanto o afasta dos filósofos.
Esses seculares teólogos laicos, principalmente Pitágoras e Aristóteles, que se destacaram sobre o fundo banal do seu tempo como homens de outra raça e de outro Ciclo, vieram dos seus templos metropolitanos do politeísmo para esforçar-se em debelar uma dupla praga instalada perpetuamente no seu povo, como a revolução civil e seu corretivo militar, a guerra. São Paulo, em suas Epístolas aos romanos, define maravilhosamente a mediocridade da terceira casta mental e moral e podemos dizer até que estes filósofos a haviam previsto.
A história comprova mais que suficientemente, ó, o quão refratários permaneceram esses meios à ação desses homens, a todo espírito hierárquico, a toda a sociologia, e como somente a segunda raça mental, a dos Estados-Maiores militares, poderia uni-los em paz forçada.
Esse admirável Pitágoras, que criou a palavra Filosofia no idioma grego, era um filósofo no sentido em que entendemos o termo Filosofia: possuir sua própria sabedoria? Um religioso, sim; um fundador de Ordens, que seja; o São Benito do quase divino Orfeu, bem; porém um filósofo, é dizer muito, e não é o bastante.
Os chefes das confrarias órficas que naquela época dirigiam a Grécia e a Itália foram chamados, por muitos séculos, de teólogos e profetas.. Antes de Pitágoras, Numa tinha sido um dos enviados à nascente anarquia dos romanos. Era o rei eleito de um Colégio Sacro etrusco de acordo com os ritos patriarcais. Os Mestres mediterrâneos do Grande Samien possuíam as mesmas características: Epimênides; Ferécido, de Siros; Aristeas, de Proconesis; todos eram teólogos e profetas, o segundo é taumaturgo; o terceiro é sacerdote. Seu antecessor na Itália, Xenófanes, pai espiritual dos Eléates, era igualmente teólogo, combateu a peito aberto o Paganismo dos jônicos e mesmo o seu politeísmo, como também o dos fenícios.
Além disso, os hierofantes que instruíram Pitágoras não eram filósofos: Temístocles era grande sacerdotisa de Delfos; Abaris era sacerdote do Verbo Solar entre os hiperbóreos; Aristeas, já mencionado; Zalmoxis era o chefe dos sacerdotes trácidas; Aglaofemo era grão-sacerdote de Lesbetra, etc, etc.
Não mencionamos aqui mais que os chefes dos templos da proto-Grécia, a Órfica, a Eslava, que se interligam com as federações celto-eslavas e pelasgas, as quais se remontam à Igreja patriarcal que Manu e Moisés designam pelos nomes de Koush e Rama.
Mas vamos prosseguir com Pitágoras nas metrópoles iniciáticas da África e da Ásia. Seus Mestres sacerdotais são: em Sais, o profeta de Oshi; em Om, Heliópolis; no templo no qual Moisés, com o nome de Oshar-Sif, tinha sido o profeta de Oshi-Rish e o iniciador de Orfeu, o profeta Hôn-Ofi. Na Babilônia é Nazarath (este nome é sugestivo, porque o profeta Daniel, o nazareno, era então o Grão-Mestre da Escola Sacra dos magos). Na Pérsia, é o chefe dos neo-zoroastrianos, o Gheber Zarothosh. No Nepal, visitado também por Lao-Tsé, é o primeiro pandit do Sacro Colégio de Brahma, depois de Krishna, e antes deste último de IShVa-Ra.
Detemo-nos aqui para mostrar algumas etapas importantes da antiga unidade religiosa. Esta contava com numerosas sínteses e alianças superpostas, como segue:
1º A Universal de IShVa-Ra;
2° A Índia das raças morenas e douradas, as de Bharat e de IShVa-Ra;
3º A Ária conquistadora, a de Pavan, do Hanouman, escrita de Rama;
4º O sistema de Nareda, que foi aderido à proto-síntese;
5° A brahmânica concordatáría, a de Krishna, fonte do abrahamismo dos cashidim, sendo estes últimos uma ramificação dos iyotishikas de Caçi, Cashi. O egipcianismo concordatário segue os Pouranikas, de Tirohita.
Essa superposição dos sistemas pré e pós-diluvianos, de seus Ciclos e das suas doutrinas, é quase impossível de captar em razão da inversão do Selo de AMaTh, que, feito por Krishna cerca de 3 mil anos antes de Pitágoras, envolve a Palavra do Verbo BRA-ShITh, do seu ShéMa e do SéPheR. Mas, com o Arqueômetro, é relativamente fácil de reconhecê-la (a inversão), e a sobreposição indicada anteriormente se torna então muito clara.
Moisés chama à proto-síntese a primeira aliança: Adão, em veda AD-Am, Unidade-Universalidade; e ela se multiplica em tantas Igrejas étnicas quanto Moisés, seguindo os egípcios, os caldeus, os brâmanes, os magos, o Kouo-Tsé-Kien do Extremo Oriente e os Votánidas do Extremo Ocidente, mencionam os patriarcas até Noé.
Então, começam a deutosíntesis e a segunda aliança universal. Se tivéssemos que mencionar todos os documentos históricos dessas duas Igrejas católicas, este livro quase não seria o bastante para isso. Moisés, que os teve todos sob sua vista, registra alguns entre eles, com sua habitual precisão, os que concernem, e interessam hoje mais do que nunca para a vanguarda da raça branca na Ásia, no Nepal e na Pérsia. A seguir, a tradução das palavras, extremamente misteriosas e ocultas com uma arte grande, porque seu fundamento é muito simples, muito real e, sobretudo, sem metáforas, nem filosofia.
Bereshith, c. VI, vers. 1, 2, 3, 4.
1. "Tendo-se pervertido a Igreja do patriarca Adão, em razão da multiplicação das raças e da sua mistura, sobre a face visível (PhaNa-I) da Terra espiritual (ADa-MaH), resultando na formação de numerosas confrarias de virgens.
2. "Os filhos dos Alhim celestiais amaram estas filhas de Adão. Tomaram-nas por esposas espirituais, por inspiradas, por Nashim, aquelas cujo amor os tinha cativado mais em espírito: (B'HaROu, inversão de BaROu-aH).
3. "Porque os Nephilim* existiram sucessivamente sobre a Terra astral desses Ya-Mim, Épocas e Ondas luminosas do Yá. Com efeito, desde que os filhos dos Alhim tinham freqüentado as confrarias virginais da Igreja de Adão, a aliança ghiborea, a grã Boreal havia nascido desta inspiração e havia fundado, desde a mais remota Antigüidade, o Anosh-yá, a corporação masculina do Yá, o Estado-Maior sagrado de Ha-Shem, do Shema celestial da glória divina."
Eis a antiga aliança chamada hoje em dia ariana, fundada por uma reação das virgens inspiradas contra a decadência universal. Pitágoras não esquecerá, como chefe de Ordens, de agradecer ao verdadeiro feminismo toda a sua Missão, toda a sua parte legítima de influência.
Além da aliança citada, porém muitos séculos depois, temos que mencionar a aliança que data do patriarca Koush antes da Revolução Nemródica. As metrópoles orientais, cujos Sacros Colégios tinham como correspondentes todos os outros centros mais ou menos aderidos à Antiga Ordem, eram: a capital de Jana-Cadesha; Mithilâ, para a seção das ciências divinas e humanas chamadas Purânicas, ou Humanidades Santas, e Kashi, para a seção das ciências chamadas positivas ou iyóticas, porque a Astronomia, levada até a fisiologia cósmica, era considerada a síntese dessas ciências.
São dessas épocas históricas que datam, muito antes de Moisés, as relações sacerdotais da Índia com o Oriente e o Extremo Oriente, de uma parte, e o Norte da Ásia e a Europa, incluindo Grécia e Itália, de outra. E por último, com Egito e Etiópia. Foi de Kashi, hoje em dia Benares, que veio o Colégio dos Kashidim (literalmente, dado por Kashi), os caldeus. Era aí também que os magos do velho Irã iam terminar seus Altos Estudos Iyóticos. Mas, depois do primeiro Zoroastro e da reputação do culto dos Devas, que considerava como oponente a velha Ortodoxia, abstiveram-se de Mithilâ, o Grande Colégio Purânico freqüentado pelos sacerdotes egípcios, cólquidos, délficos e outros.
Pitágoras era, pois, um religioso, um piedoso peregrino da Unidade e da Universidade Patriarcal, um fiel de sua dupla revelação e de seu duplo critério, que estudaremos mais adiante: a vida e a ciência. A vida, vida eterna, porque sem ela o Thanatismo, que é a finalidade de todo ser, seria o Princípio da vida, o que é absurdo. A ciência, não a do homem, mas aquela que antes dele já estava escrita, com todos os seus feitos, desde o infinitamente grande até o infinitamente pequeno. A biologia do Universo invisível e a fisiologia do Universo visível.
À parte disso, escutemos por intermédio dos seus discípulos, e eles nos dirão se os critérios da verdade são objetivos ou subjetivos, reais ou metafísicos, vivos ou .mortos, universais ou singulares.
"A razão humana não tem, por si mesma, mais do que um valor de conjetura. A ciência e a sabedoria pertencem somente à Divindade e nós só temos a capacidade de obter esse conhecimento de acordo com o nosso grau de receptividade."
Essas palavras, a que nos refere Proclo, exalam cheiro de incenso, aos altares do Verbo, seu Cristianismo Uno e Universal, sua Revelação descontínua desde os primeiros patriarcas até os de nosso tempo.
Comecemos pelos altares do Verbo.
É historicamente certo que Pitágoras reconstituiu, graças ã documentação dos templos, um dos livros de Orfeu: O Verbo hierático. Dedicou-o à memória desse profeta eslavo, renovador da Grécia e da Itália patriarcais. Com certeza, os sacerdotes egípcios conservavam, com o nome de Thoth, livros provenientes da proto-síntese pré-diluviana do Verbo, e, debaixo do livro de Thoth, os da Deuto-sínteses pós-diluviana. Não temos dúvidas de que o fundamento desses livros era comum às Universidades religiosas da Europa, da África, da Ásia e inclusive da América, até a revolução política e filosófica que, em 3100 antes da Encarnação, quebrou esta Santa aliança e a obrigou a ser ocultada. É indiscutível que entre os títulos miriônimos do Verbo, disseminados entre essas duas sínteses, figura desde toda a Antigüidade seu nome direto e invertido; em etíope ShOu-I, em zenda IOSh, em caldeu IShO, em veda IshVa, em sànscrito ISOua, em chinês ShOuI e SOul. É o IeShU, Rei dos patriarcas de nossas liturgias. Esse mesmo nome era o de Moisés, escrito tal como o do Infante Thermouthis, que foi: M'OShI, dedicado a OShI.
Os Qabbalistas têm toda a razão, quando dizem por hábito de tradição: o nome de Deus está dentro do de Moisés; porém eles não podem apresentar as provas disso: elas estão no que precede.
Nós teremos que voltar detalhadamente sobre todos esses pontos; porém o que notamos aqui demonstra que o ponto de apoio tomado por Pitágoras sobre o Verbo nos Templos de Europa e da Ásia é religioso e não filosófico. Pertence à revelação universal una e contínua da Igreja e das Igrejas Patriarcais. Dessa forma, Pitágoras não pôde deixar de repudiar o Paganismo lônico, seu politeísmo ateu, sua anarquia mental, suas políticas anti-sociais. E nisso não fez mais que seguir as pegadas de Numa e de Xenófanes no Ocidente, de Lao-Tsé na China, de Daniel na Caldéia, de Zaratas na Pérsia. Muito mais ainda, o próprio Invisível o teria enviado.
Seus biógrafos, gregos e alexandrinos, dizem efetivamente que recebeu a graça de sua primeira teofania ou sua vocação em Creta, pelo ano de 550 ou 553. Tinha então alcançado e até ultrapassado seu trigésimo ano. Estava assim em uma das condições ritualísticas impostas pelas Igrejas Patriarcais ao segundo nascimento, o espiritual, para a abertura dos sentidos fisiológicos na biologia divina, a entrada, pela Porta da Morte, para sua experiência da imortalidade.
Levando o Verbo Encarnado ao cumprimento total de sua própria lei, como Verbo Criador, observou esse rito no seu retiro no deserto.
Foi assim que Pitágoras teria visto o céu e o Inferno pela primeira vez, e, nos círculos mais espantosos deste último, os dois corifeus do Paganismo, os dois magos do Jonismo mediterrâneo: Hesíodo e Homero, cujos admiráveis cantos haviam deleitado sua elegante juventude na casa do seu pai, o rico banqueiro de Samos. Desolado, não ousava acreditar no que seus olhos viam, olhava para esses espíritos vítimas do Espírito das Trevas, da turba dos Demônios, da sua luz preta e vermelha. "Por quê?", gritou-lhes. E eles lhe responderam: "Oh! Por ter maculado a deuses e homens; aos deuses, por haver-lhes dado como Mestre o Ateísmo, caluniando-os, mostrando que são corruptos como nós homens; e aos homens, divinizando seus vícios".
Eis pois uma antinomia perfeitamente resolvida cortada pela raiz pelo espírito de primeira linha de Pitágoras. De um lado, o profeta Orfeu e o Verbo Divino cuja santidade é ocultada na sua majestade celestial; de outro lado, a tagarelice humana nua e crua, notoriamente de sua arte emprestada à arte sagrada do panteísmo, em que tudo é Deus, com exceção do próprio Deus, de seu teosofismo, no qual tudo é divinamente verdadeiro, com exceção da verdade, e de Amath, o Selo do Verbo eterno, e d'Ele mesmo.
O Orfismo, mil anos antes de Pitágoras, havia sido na Europa um dos máximos esforços da aliança Templária contra a invasão da revolução asiática, de seus retóricos, de seus sofistas, de seus exploradores, de seus políticos suplantadores e escravistas.
Na época de Moisés e de Orfeu, a Creta das cem cidades tinha sido reafiliada à Santa aliança dos Templos de Manu e de Menes. Os curetes eram uma missão sacerdotal dos Kouros celebrados nos poemas hindus. A Minoa de Minos22 os tinha visto renovar um dos nós górdios,23 símbolos do Orço24 e do Orcus órfico, do juramento de aliança com Deus. A filosofia e as políticas cortaram facilmente estes nós sagrados, para desgraça dos povos; somente a religião poderia refazer a sua paz.
Estes nomes - Mínoa, Minos, Menes, Manu - significam, na língua do Bereshith: Na-NoaH, a regra, a ortodoxia de Noé. Durante este tempo, o O-Rifeo, o Ribhou dos Vedantas, o filho dos reis Sármatas daTrácia, Orfeu, renovava o mesmo prazo no santuário eslavo e pelasgo de Delfos. É a Daliph egípcia, a Daliph sânscrita. Em devanagárico,25 Dalapha ou Dalapa expressa um desses lugares santos, neutralizados, e também um desses tesouros sagrados da aliança. A mesma observação para Dodona,* uma das Dyomnas do Danu védico e dos Dodonim de Moisés.
A Grande Soberania Noaquídes, renovando o Adâmica, semeou de Dalaphas semelhantes a sua marcha sacerdotal de um extremo a outro do planeta.
Na Europa, existiam siríngos26 desse gênero do Cáucaso até os Pireneus, e o catálogo dessas bibliotecas subterrâneas era propriedade dos soberanos pontífices metropolitanos. A Cólquida também teve sua Dalapha, que motivou a expedição órfica dos Argonautas.27 Este último nome designa uma das antigas épocas da aliança chamada Arga ou Arka. Seu conselho de vigilância era chamado de Argus, o cachorro de Pan, de Phanés e do Grande Pan.
Orfeu havia sido encarregado de ser, na Europa, o renovador da Anfictionia celto-eslavo e pelasga, cuja data vem de Krishna no que concerne ao culto dos Deuses, dos Devas, dos Alhim, fruto pagão da revolução das burguesias asiáticas.
Atrás desse neoconcordato, havia-se salvaguardado a antiga ortodoxia dos OSI-oï, da qual os pontífices de Delfos conservaram, porém, o Santo Nome. Havia assim mesmo ligado a paz sagrada - na Cólquida, na Grécia; na Táurida, na Itália; e até na Gália, na Espanha - aos invasores revolucionários, contidos de século em século sobre a Europa pela represa oriental dos magos e depois pelos reis da Pérsia. Seus ensinamentos, registrados na língua deva e depois na dórica sobre placas de cobre, eram, em cada cidade central, guardados por famílias nativas que, até mesmo em Atenas, desfrutavam ainda de grandes prerrogativas no tempo de Pitágoras. Com maior razão, esses costumes subsistiam ainda na Grécia e na Itália.
A obra destruída de Orfeu foi, como já dissemos, reconstituída por Pitágoras, o qual, para selar melhor sua imparcialidade de pensamento, a submissão de sua própria razão suprema, desprezando colher os louros fáceis dos jônicos, não escreveu nem destruiu suas próprias obras para não confiar na essência delas mais que à memória de seus adeptos. Esse desprezo por toda a sua doutrina, de todos os sucessos individuais, junto com muitos outros sinais, faz de Pitágoras um grego sem igual; aproxima-o tanto dos sacerdotes patriarcais quanto o afasta dos filósofos.