quarta-feira, 5 de abril de 2017

Òrìsà ÌRÒKÒ- entendendo as diferenças.


Iroko é um orixá de culto muito restrito e pouco compreendido, tal como Apaocá, o orixá da jaqueira, confundido com o Tat´etu Tempo do angola e o vodum Loko dos jejes.
A ele se sacrificam o bode, carneiro, galo e a conquém.
É um òrìsà do grupo dos òrìsàs funfun os quais são massas de movimentos lentos, serenos, de idade imemorial; dotados de um grande equilíbrio necessário para manter a relação econômica entre o que nasce e o que morre, entre o que é dado e o que deve ser devolvido, o que pode-se notar em diversos itòns de Iroko. Por isso mesmo estão
associados a justiça e ao equilibrio. Daí vem sua ligação à Òòsààlá e Sòngó.
No itón da criação do mundo, àiyé, Òòsààlá perde para Odùduwà a criação da terra, mas fica-lhe incubido a criação de todos seres que há na terra.
Para cada ser humano criado por Òòsààlá, este criou simultaneamente uma árvore, assim como para todas criaturas criadas. Os espíritos que residem em algumas árvores consideradas sagradas são chamados Ìwín.
Essas árvores sagradas, entre as quais particularmente foram escolhidas entre os iròkò, odán, àròabà, akòkó, igí-òpe, são paramentadas com uma tira de pano branco (òjá-funfun), atada em torno do tronco, que constitui o signo àlà dos funfun. Um dos oriki de Iròkò apóia a relação entre os òrìsà e as árvores:
Iròkò! Oluwéré, Ògìyán Èleìjú.
Ìròkò, árvore proeminente entre todas as outras, o Òrìsà-funfun (Ògìyán) do âmago da floresta.
As árvores estão associadas a ìgbá ìwà sè (o tempo quando a existência sobreveio) e numerosos mitos começam pela fórmula "numa época em que o homem adorava árvores..."
Os troncos e os ramos da árvores representam os ancestrais masculinos.
Lembremos que foi com o òpásóró que Òòsààlá diferenciou o òrun do àiyé, estabelecendo os dois niveis de existência, e furou o igí-òpe (a palmeira) e bebeu sua seiva. Foi essa ação violação de uma de suas proibições que o deixou sem forças, impotente. Como se ele bebesse seu próprio sangue, indicando assim que Obàtálà é parente consangüíneo da palmeira.
Outros orixás importantes na África e que também não se manifestam no corpo de iniciados foram igualmente menos considerado neste País que, por influência do kardecismo, atribui um valor muito especial ao transe. Foi o que aconteceu com Orunmilá, Odudua, Orixá-Ocô, Ajalá, além da Iyá-Mí-Osorongà. É interessante lembrar que o culto de Ossaim sofreu no Brasil grande mudança, passando o orixá das folhas a se manifestar no transe, o que o livrou certamente do esquecimento. 
O culto da árvore Iroco também se preservou entre nós, ainda que raramente, quando ganhou filhos e se manifestou em transe, sorte que não teve Apaocá.
São as entidades mais afastadas dos seres humanos e as mais perigosas, incorrer ao desagrado ou na irritação de tal òrìsà. Iròkò também esta ligado às Ìyá-mí, o poder das ajés (feiticeiras).
O culto às árvores compartilhou, em segundo lugar, a celebridade do culto às serpentes, por ter sido citado após ele, durante muito tempo, pelos primeiros viajantes, era o segundo culto em Ouidah, no Daomé. Uma das principais árvores cultuadas era Loko, que em si, não é uma árvore sagrada, apenas o sendo quando serve de assento a uma divindade. Seu nome no Daomé está sempre ligado ao do Vodun que lhe deu esse caráter. Existem lendas sobre Iròkò, sob cujo nome aparece está árvore: Adanloko, Atanloko, Léléloko, Lokozoun, etc.
Este deus é importante para a compreensão da religião daomeana, na medida em que oferece uma visão das inter-relações dos diversos cultos no Daomé. Entre as divindades do céu, Loko é encarregado de cuidar das árvores que se encontram na terra e suas funções são de tal modo significativas que ele tem como assistente seu jovem irmão,
Medje.
Aqui esta uma grande confusão que envolve a árvore Iroko; o òrìsà Ìròkò (Ketú- Yorubá), o Vodun Loko (Daomé- Jeje) e o Tat'etu Kitembu (Bantu- Angola).
O òrìsà Ìròkò (da Nação Ketú- Yorubá), seria a árvore sua própria manifestação (estado), porém nem todas árvores são divindades, somente quando consagradas, a mesma possui um òjá-funfun que representa sua ligação aos òrìsàs funfun, no Brasil fora substituída pela Gameleira Branca, árvore semelhante ao iroko africano; é um Òrìsà que esta relacionado ao tempo, a justiça, a Sóngò, Òòsààlá, Apaoká, Èsú e Ìyá-Mí. Para os iorubas, existe uma concepção de um deus que mora em uma árvore, e ao mesmo tempo outro deus mora no galho desta árvore, assim como outro deus pode habitar (ter sua energia) nas folhas desta árvore.
O vodun Loko (Nação Jeje- Daomé), é encarregado de cuidar das árvores que se encontram na terra e suas funções; e é representado pela árvore iroko.
Tat'etu Kitembu (Nação Angola- Bantu), é uma divindade também chamada no Brasil de Tempo, o senhor das trasformações o que guia o seu povo através da sua bandeira branca, assim todos, por longe que esteja pode se unir ao líder, por que o mastro da sua bandeira é tão alto que pode ser visto de qualquer lugar. O que não deixa os caçadores perdidos (pois os Nkisis são, em sua natureza primeira todos caçadores e guerreiros, pois assim a aldeia e seus descendentes estariam garantidos). Nesse ponto este Tat'etu Kitembu leva uma bandeira; o que fazem confusão em fazerem uma analogia do òjà-funfun do Òrìsà Ketú Ìròkò, e pelo ato da iniciação; enquanto Angola faz sua maiunga (banho) ao "pé" de Kitembu (que esta ligado a terra e é o Tat´etu patrono de Angola, lembrando que a água sobre a terra lembra a fecundação de algo que esta nascendo); a Nação Ketú também faz ato semelhante ao "pé" do Òrìsà Iròkò, pela sua ligação com o nascimento (ser o primeiro ser criado árvore) e a ligação dos òrìsà-funfun, ligados a fecundação.
Segundo nossa concepção a fitolatria africana na Bahia parece ter duplo sentido. A árvore pode ser um verdadeiro fetiche animado ou, ao contrário, mal representa a morada o altar de um santo. A gameleira branca (fícus religiosa), árvore abundante neste Estado, é o tipo da planta deus. Com o nome de Iroko é objeto de um culto fervoroso.
Orin Iroko (Esu)
Ero n ( i ) iroko ni nos
Calma que iroko ser produzindo
Iroko má so ele
Iroko não produzir força.
Ketú 
Oko ( o )yin má so ele erro, erro ni Iroko nos.
O dono do mel não pode provocar a calma que Iroko provoca.
Bom, espero ter contribuído e deixado claro as "diferenças". Em novos tópicos mostraremos um pouco de cada um desses òrìsà, Tat´etu e Vodun para que fique bem notório a diferença dos cultos; pois como já falei em outro tópico, somos diferentes em cultos, mas unidos em fé.
Iré O!
Bàbálòrìsá Erìnlé Bowale
Ilé Asé Egbé Oko Erinlé


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