Nascido em Garanhuns,
Pernambuco, em 28.06.1917, talvez tenha sido o médium que maiores serviços
prestou ao Movimento Umbandista, durante seus 50 anos de mediunismo. Não há
dúvidas hoje, após 7 anos de sua
passagem para outras dimensões da vida, que suas 9 obras escritas constituem as
bases e os fundamentos mais avançados do puro e real Umbandismo.
Sua tarefa na literatura Umbandista, que fez milhares de simpatizantes e seguidores, iniciou-se no ano de 1956. Sua primeira obra foi Umbanda de Todos Nós – considerada por todos a Bíblia da Umbanda, pois transcendentais e avançados eram e são seus ensinamentos.
Sua tarefa na literatura Umbandista, que fez milhares de simpatizantes e seguidores, iniciou-se no ano de 1956. Sua primeira obra foi Umbanda de Todos Nós – considerada por todos a Bíblia da Umbanda, pois transcendentais e avançados eram e são seus ensinamentos.
A 1ª Edição veio à luz através da
Gráfica e Editora Esperanto, a qual situava-se, na época, à rua General Argôlo
230, Rio de Janeiro. O volume nº 1 dessa fabulosa e portentosa obra encontra-se
em nosso poder… presenteados que fomos pelo insigne Mestre. Em sua dedicatória
consta:
Rivas, esse exemplar é o n- 1. Te dou
como prova do grande apreço que tenho por você, Verdadeiro Filho de Fé do meu
Santuário – do Pai Matta – Itacurussá, 30.07.86
Dessa mesma obra temos em mãos as
promissórias que foram pagas, por Ele, à Gráfica Esperanto, que facilitou o
pagamento dos 3.500 exemplares em 180 dias ou 6 parcelas.
Vimos, pois, que a 1ª edição de
Umbanda de Todos Nós, para ser editada, teve seu autor de pagá-la. A partir da
2ª edição a obra foi lançada pela Livraria Freitas Bastos. Atualmente a Editora
Ícone é quem vem editando as obras de Matta e Silva.
Como não poderia deixar de ser, a Livraria
Freitas Bastos teve a sensibilidade de perceber que estava de posse de um
valioso tesouro e, como tal, valorizou-o e deu ao seu autor o respaldo
necessário.
Umbanda de Todos nós agradou a
milhares de Umbandistas, que encontraram nela os reais fundamentos em que
poderiam se escudar, mormente nos aspectos mais puros e límpidos da Doutrina
Umbandista. Mas, se para muitos foi um impulso renovador de fé e convicção,
para outros, os interessados em iludir, em fantasiar e vender ilusões, foi um
verdadeiro obstáculo às suas funestas pretensões, tanto que começaram a
combatê-la por todos os meios possíveis e até à socapa. Quando perceberam que,
ao combatê-la, estavam fazendo sua apologia e a maior das propagandas,
enfureceram-se… Iniciaram o ataque contundente, através da baixa-magia… e, mais
uma vez, sem sucesso!
Soubemos por ele que, realmente, foi
uma briga astral, feroz… Além de ter contrariado interesses mesquinhos de
determinados pseudos líderes umbandistas da época, também desagradou a um
Astral inferior e todo um séquito de entidades atrasadas, as quais perceberam
que com o lançamento e a aceitação da obra, seu império de ações negras e
nefastas ficou seriamente ameaçado. Perceberam que, com a Luz do esclarecimento
se manifestando, não haveria mais lugar para a ignorância, faltando, pois,
substrato às Sombras, fonte primária e primeira de suas ações funestas.
Realmente, foi uma luta Astral, uma
demanda, em que as Sombras e as Trevas utilizaram-se de todos os meios
agressivos e contundentes que possuíam, arrebanhando para as suas fileiras do
ódio e da discórdia tudo o que de mais nefando e trevoso encontrassem, quer
fosse encarnado ou desencarnado.
Momentos difíceis assoberbaram a
rígida postura do Mestre, que muitas vezes, segundo ele, sentiu-se balançar. Mas
não caiu!… E os outros? Ah! os outros…
Na época, alguns arrivistas incapazes
e despeitados, aproveitando-se de uma palestra pública, preferida austeramente
pelo Mestre Matta, fotografaram-no centenas de vezes, com a vil, baixa e torpe
intenção de poder atingi-lo através de rituais inferiores que, é claro, só têm
aceite para os Magos Negros e seus Planos e Sub-Planos afins. Não tiveram os
mínimos escrúpulos, atacaram-no de todas as formas, queriam matá-lo,
eliminá-lo, somente por ele ter alertado a grande massa popular que campeava
por esses ditos terreiros. Tais indivíduos queriam se beneficiar de todas as
formas, para conseguir isto ou aquilo, precisando usar o povo como massa de
manobra, a fim de levá-los a cargos, a situações para as quais não detinham
merecimento ou capacidade.
Decepcionado com a recepção desses
verdadeiros opositores, renhidos e fanáticos, à sua obra, Matta e Silva
resolveu cruzar suas armas, que eram sua intuição, sua visão astral, calcada na
lógica e na razão, e sua máquina de escrever… Embora confiasse no Astral, que o
escolhera para a árdua e penosa tarefa, por intermédio desse mesmo Astral
obteve Agô para um pequeno recesso, onde encontraria mais forças e alguns raros
e fiéis aliados que o seguiriam no desempenho da missão que ainda o aguardava.
Na época, não fosse por seu Astral,
Matta e Silva teria desencarnado…Várias vezes, disse-nos, só não tombou porque
Oxalá não quis… Muitas vezes precisou dormir com sua gira firmada, pois
ameaçavam-no de levá-lo durante o sono… Imaginem os leitores amigos os assaltos
que devem ter assoberbado o nobre Mestre Matta e Silva…
Seus 2 filhos, Ubiratan e Eluá,
também sofreram, embora de forma leve, as rebarbas dos entrechoques de ordem
astral que, em avalanche, desceram e atingiram a família do ilustre Mestre. A
demanda foi feroz, sendo que, de seus perseguidores, a maioria recebeu segundo
a Lei…
Pai Cândido, que logo a seguir
denominou-se como Pai Guiné, assumiu toda a responsabilidade pela manutenção e
reequilibro astrofísico de seu Filho, para em seguida orientá-lo na escrita de
mais um livro. Sim, aí lançou-se, através da Editora Esperanto, Umbanda – Sua
Eterna Doutrina, obra de profunda filosofia transcendental. Até então, jamais
haviam sido escritos os conceitos esotéricos e metafísicos expostos. Brilhavam,
como ponto alto em sua doutrina, os conceitos sobre o Cosmo Espiritual ou Reino
Virginal, as origens dos Seres Espirituais, etc… Os Seres Espirituais foram
ditos como sendo incriados e, como tal, eternos…
Devido a ser muito técnica, Umbanda –
Sua Eterna Doutrina agradou aos estudiosos de todas as Correntes. Os
intelectuais sentiram peso em seus conceitos, sendo que, para dizer a verdade,
passou até certo ponto desapercebida pela grande massa de crentes e mesmo pelos
ditos dirigentes umbandistas da época.
Ainda não se esgotara a primeira
edição de Sua Eterna Doutrina e Pai Matta já lançava outra obra clássica, que
viria a enriquecer ainda mais a Doutrina do Movimento Umbandista. Complemento e
ampliação dos conceitos herméticos esposados por Sua Eterna Doutrina, o novo
livro, Doutrina Secreta de Umbanda, agradou mais uma vez a milhares de pessoas.
Não obstante suas obras serem lidas
não só por adeptos umbandistas, mas também por simpatizantes e mesmo estudiosos
das ditas Ciências Ocultas, seu Santuário, em Itacurussá, era freqüentado pelos
simples, pelos humildes, que sequer desconfiavam ser o velho Matta um escritor
conceituado no meio umbandista. Em seu Santuário, Pai Matta guardou o
anonimato, vários e vários anos, em contato com a natureza e com a pureza de
sentimentos dos simples e humildes. Ele merecera essa dádiva, e nessa doce Paz
de seu terreirinho escreveria mais outra obra, também possante em conceitos.
Assim nasceu Lições de Umbanda e
Quimbanda na Palavra de um Preto-Velho, obra mediúnica que apresenta um diálogo
edificante entre um Filho-de-Fé (Zi-Cerô) e a Entidade Espiritual que se diz
Preto-Velho. Obra de nível, mas de fácil entendimento, sem dúvida foi um marco
para a Doutrina do Movimento Umbandista.
Após 4 obras, Matta e Silva tornou-se
por demais conhecido, sendo procurado por simpatizantes de todo o Brasil.
Embora atendesse a milhares de casos, como em geral são atendidos em tantos e
tantos terreiros por este Brasil afora, havia em seu atendimento uma diferença
fundamental: as dores e mazelas que as humanas criaturas carregam eram
retiradas, seus dramas equacionados à luz da Razão e da Caridade, fazendo com
que a Choupana do Velho Guiné quase todos os dias estivesse lotada…
Atendia também aos oriundos de
Itacurussá – na ocasião uma cidade sem recursos – que, ao necessitarem de
médico, e não havendo nenhum na cidade, recorriam ao Velho Matta.
Este, com sua bondade e caridade, a
todos ministrava medicamentos da flora local, e mesmo alopatias simples, que
ele mesmo comprava quando ia à cidade do Rio de Janeiro. Ficou conhecido como
curandeiro, e sua fama ultrapassou os limites citadinos, chegando às ilhas
próximas, de onde acorriam centenas de sofredores de vários matizes. Durante
exatos 10 anos Matta e Silva cumpriu essa tarefa, que transcendia a suas
funções sacerdotais…
Como se vê, é total iniquidade e
falta de conhecimento atribuir a Matta e Silva e pecha de elitista. Suas obras
são honestas, sinceras, reais, e revelam em suas causas o hermetismo desta
Umbanda de Todos Nós. Segundo sapientíssimos mentores de nossa corrente, seus
livros levarão mais de 50 anos para serem completamente assimilados e colocados
em prática. É necessário que nos preparemos para esse Evento de Luz Redentora
da Nova Era do 3º milênio. As obras de W.W. da Matta e Silva preparam, ajustam
e apontam para a Umbanda do 3º milênio. Preparemo-nos, caso contrário…
Continuando a seguir a jornada
missionária de Pai Matta, vamos encontrá-lo escrevendo mais uma obra: Mistérios
e Práticas da Lei de Umbanda. Logo a seguir, viria Segredos da Magia de Umbanda
e Quimbanda. A primeira ressalta de forma bem simples e objetiva as raízes
míticas e místicas da Umbanda. Aprofunda-se no sincretismo dos Cultos
Afro-Brasileiros, descortinando o panorama do atual Movimento Umbandista. A segunda
aborda a Magia Etéreo-Física, revela e ensina de maneira simples e prática
certos rituais seletos da Magia de Umbanda. Constitui obra de cunho
essencialmente prático e muito eficiente.
Nesse instante de nossa descrição,
pedimos tolerância e paciência ao prezado leitor, pois queremos dar ao mesmo
uma real noção da cronologia das obras do grande Mestre. Acreditamos que, assim
fazendo, estaremos sintonizando-nos ainda mais, permitindo ao caro leitor
penetrar no âmago de nossa mensagem.
Prosseguindo, chegamos a Umbanda e o
Poder da Mediunidade. Nessa obra entenderemos como e porque ressurgiu a Umbanda
no Brasil. Ela aponta as verdadeiras origens da Umbanda. Fala-nos da magia e do
médium-magista. Conta-nos, em detalhes, ângulos importantíssimos da magia sexual.
Há nesse livro uma descrição dantesca sobre as zonas cavernosas do baixo
astral, revelando covas com seus magos negros que, insistentemente, são
alimentados em suas forças por pensamentos, atos e até por oferendas grosseiras
das humanas criaturas.
Após 7 obras, atendendo a numerosos
pedidos de simpatizantes, resolveu o Mestre, em conjunto com a Editora Freitas
Bastos, lançar um trabalho que sintetizasse e simplificasse todas as outras já
escritas. Assim surgiu Umbanda do Brasil, seu oitavo livro. Agradou a todos e,
em 6 meses, esgotou-se. Em 1975 lançaria o Mestre sua última obra: Macumbas e
Candomblés na Umbanda. Esse livro é um registro fidedigno de vivências místicas
e religiosas dos chamados Cultos Afro-Brasileiros. Constitui um apanhado geral
das várias unidades-terreiros, as quais refletem os graus consciencionais de
seus adeptos e praticantes. Ilustrado com dezenas de fotografias explicativas,
define de maneira clara e insofismável a Umbanda popular, as Macumbas, os
Candomblés de Caboclo e dá noções sobre Culto de Nação Africana, etc.
O leitor atento deve ter percebido
que, durante nossos dezoito anos de convivência iniciática, e mesmo de
relacionamento Pai-Filho com o Pai Matta, algumas das fases que citamos nós a
presenciamos in loco…
Conhecemo-lo em 1971 quando, após ler
Umbanda de Todos Nós, tivemos forte impulso de procurá-lo. Na ocasião morávamos
em São Paulo. Fomos procurá-lo em virtude de nosso Astral casar-se
profundamente com o que estava escrito naquele livro, principalmente sobre os
conceitos relativos às 7 linhas, modelo de ritual e a tão famosa Lei de Pemba.
Assim é que nos dirigimos ao Rio de Janeiro, sem saber se o encontraríamos.
Para nosso regozijo, encontramo-lo na Livraria Freitas Bastos da rua 7 de
Setembro.
Quando nos viu, disse que já nos
aguardava, e porque tínhamos demorado tanto?!
Realmente ficamos perplexo,
deslumbrado… parecia que já o conhecíamos há milênios… e, segundo Ele,
conhecíamo-nos mesmo, há várias reencarnações…
A partir dessa data, mantivemos um
contato estreito, freqüentando, uma vez por mês, a famosíssima Gira de Pai
Guiné em Itacurussá – verdadeira Terra da Cruz Sagrada, onde Pai Guiné firmou
suas Raízes, que iriam espalhar-se, difundindo-se por todo o Brasil. Mas,
voltando, falemos de nosso convívio com o insigne Mestre.
Conhecer Matta e Silva foi realmente
um privilégio, uma dádiva dos Orixás, que guardo como sagrado no âmago de meu
Ser. Nesta hora, muitos podem estar perguntando:
- Mas, como era esse tal de Matta e
Silva?
Primeiramente, muito humano, fazendo questão
de ressaltar esse fato. Aliás, era avesso ao endeusamento, mais ainda à
mitificação de sua pessoa. Como humano, era muito sensível e de personalidade
firme, acostumado que estava a enfrentar os embates da própria vida… Era
inteligentíssimo!
Tinha os sentidos aguçadíssimos… Mas
era um profundo solitário, apesar de cercarem-no centenas de pessoas. Seu
Espírito voava, interpenetrando e interpretando em causas o motivo das dores,
sofrimentos e mazelas várias…
A todos tinha uma palavra amiga e
individualizada. Pai Matta não tratava casos, tratava Almas… e, como tal, tinha
para cada pessoa uma forma de agir, segundo o seu grau consciencional próprio!
Sua cultura era exuberante, mas sem
perder a simplicidade e originalidade. De tudo falava, era atualizadíssimo nos
mínimos detalhes… Discutia ciência, política, filosofia, arte, ciências
sociais, com tal naturalidade que parecia ser Mestre em cada disciplina. E
era!…
Quantas e quantas vezes discutíamos
medicina e eu, como médico, confesso, tinha de me curvar aos seus conceitos,
simples mas avançados…
No mediunismo era portentoso… Seu
pequeno copo da vidência parecia uma televisão tridimensional! Sua percepção
transcendia!… Na mecânica da incorporação, era singular seu desempenho! Em
conjunto simbiótico com Pai Guiné ou Caboclo Juremá, trazia-nos mensagens
relevantes, edificantes e reveladoras, além de certos fenômenos magistícos, que
não devemos citar…
Assim, caro leitor, centenas de vezes
participamos como médium atuante da Tenda de Umbanda Oriental, verdadeira Escola
de Iniciação à Umbanda Esotérica de Itacurussá, na Rua Boa Vista, 157, no
bairro de Brasilinha.
A Tenda de Umbanda Oriental (T.U.O.)
era um humilde prédio de 50 m . Sua construção, simples e pobre, era limpa – e
rica em Assistência Astral. Era a verdadeira Tenda dos Orixás… Foi aí, nesse
recinto sagrado, onde se respirava a doce Paz da Umbanda, que, em 1978, fomos
coroado como Mestre de Iniciação de 7º grau e considerado representante direto
da Raiz de Pai Guiné, em São Paulo. Antes de sermos coroado é claro que já
havíamos passado por rituais que antecedem a “Coroação Iniciática”.
É necessário frisar que, desde 1969,
tínhamos nossa humilde choupana de trabalhos umbandísticos, em São Paulo, onde
atendíamos centenas de pessoas, muitas das quais enviadas por Pai Matta. Muitos
deles, os que vieram, tornaram-se médiuns de nossa choupana, a Ordem Iniciática
do Cruzeiro Divino.
Muitas e muitas vezes tivemos a
felicidade e a oportunidade ímpares de contarmos com a presença de Pai Matta em
nossa choupana, seja em rituais seletos ou públicos e mesmo em memoráveis e
inesquecíveis palestras e cursos. Uma delas, aliás, constitui acervo do arquivo
da Ordem Iniciática do Cruzeiro Divino: uma fita de videocassete em que seus
“netos de Santé” fazem-lhe perguntas sobre sua vida, doutrina e mediunismo…
Constam ainda de nossos arquivos centenas e centenas de fotos, tiradas em São
Paulo, Rio de Janeiro e em outros e vários locais…
Para encerrar esta longa conversa com
o prezado leitor, pois se continuarmos um livro de mil páginas não seria
suficiente, relatemos a última vez que Pai Matta esteve em São Paulo, isto em
dezembro de 1987.
Em novembro de 1987 estivemos em
Itacurussá, pois nosso Astral já vinha nos alertando que a pesada e nobre
tarefa do Velho Mestre estava chegando ao fim… Surpreendeu-nos, quando lá
chegamos, que ele nos chamou e, a sós e em tom grave, disse-nos:
- Rivas, minha tarefa está chegando
ao fim, o Pai Guiné já me avisou… Pediu-me que eu vá a São Paulo e lá, no seu
terreiro, ele baixará para promover, em singelo ritual, a passagem, a
transmissão do Comando Vibratório de nossa Raiz…
Bem, caro leitor, no dia 2 de
Dezembro, um domingo, nosso querido Mestre chegava do Rio de Janeiro.
Hospedando-se em nossa residência, assim como fazia sempre que vinha a São Paulo,
pediu-nos que o levássemos a um oftalmologista de nossa confiança, já que havia
se submetido sem sucesso a 3 cirurgias paliativas no controle do glaucoma
(interessante é que desde muito cedo começou a ter esses problemas, devido a…).
Antes disso, submetemo-lo a rigoroso
exame clínico cardiológico, onde diagnosticamos uma hipertensão arterial
acompanhada de uma angina de peito, estável. Tratamo-lo e levamo-lo ao colega
oftalmologista. Sentíamos que ele estava algo ansioso, e na ocasião disse-nos
que Pai Guiné queria fazer o mais rápido possível o ritual. Disse-nos também
que a responsabilidade da literatura ficaria ao nosso cargo, já que lera
Umbanda – A Proto-Síntese Cósmica e Umbanda – Luz na Eternidade, vindo a
prefaciar as duas obras. Pediu-nos que fizéssemos o que o Sr. 7 Espadas havia
nos orientado, isto é, que lançássemos primeiro Umbanda – A Proto Síntese
Cósmica. Segundo Pai Matta, esse livro viria a revolucionar o meio Umbandista e
os que andavam em paralelo, mormente os ditos estudiosos das ciências
esotéricas ou ocultas. Mas, para não divagarmos ainda mais, cheguemos já ao dia
7 de dezembro de 1987.
A Ordem Iniciática do Cruzeiro
Divino, com todo seu corpo mediúnico presente, se engalanava, vibratoriamente
falando, para receber nosso querido Mestre e, muito especialmente, Pai Guiné
Às 20 horas em ponto adentramos o
recinto sagrado de nosso Santuário Esotérico. Pai Matta fez exortação,
dizendo-se feliz de estar mais uma vez em nosso humilde terreiro, e abriu a
gira. Embora felizes, sentíamos em nosso Eu que aquela seria a última vez que,
como encarnado, nosso Mestre pisaria a areia de nosso Congá. Bem…Pai Guiné, ao
baixar, saudou a todos e promoveu um ritual simples, mas profundamente vibrado
e significativo.
Num determinado instante do ritual, na
apoteose do mesmo, em tom baixo, sussurrando ao nosso ouvido, disse-nos:
- Arapiaga, meu Filho, sempre fostes
fiel ao meu cavalo e ao Astral, mas sabeis também que a tarefa de meu cavalo
não foi fácil, e a vossa também não será… Não vos deixeis impressionar por
aqueles que querem usurpar e só sabem trair… lembrai-vos de que Oxalá, o Mestre
dos Mestres, foi coroado com uma coroa de espinhos… Que Oxalá abençoe vossa
jornada, estarei sempre convosco…
Em uma madeira de cedro, deu-nos um
Ponto Riscado, cravou um ponteiro e, ao beber o vinho da Taça Sagrada,
disse-nos:
- Podes beber da Taça que dei ao meu
Cavalo – ao beberes, seguirás o determinado… que Oxalá te abençoe sempre!
A seguir, em voz alta, transmitiu-nos
o comando magístico vibratório de nossa Raiz…
Caro leitor, em poucas palavras, foi
assim o ritual de transmissão de comando, que, com a aquiescência de Pai Guiné,
temos gravado em videocassete em várias fotografias.
Alguns dias após o ritual, Pai Matta
mostrou-nos um documento com firma reconhecida, no qual declarava que nós
éramos seu representante direto, em âmbito nacional e internacional (?!)
Sinceramente, ficamos perplexo!…
Na ocasião não entendíamos o porquê
de tal precaução, mesmo porque queríamos e queremos ser apenas nós mesmos, ou
seja, não ser sucessor de ninguém, quanto mais de nosso Mestre. Talvez, por
circunstância Astral, Ele e Pai Guiné não pudessem deixar um hiato, onde
usurpadores vários poderiam, como aventureiros, aproveitar-se para destruir o
que Eles haviam construído! Sabiam que, como sucessor do grande Mestre, eu não
seria nada mais que um fiel depositário de seus mananciais doutrinários!
Quem nos conhece a fundo sabe que
somos desimbuídos da tola vaidade! Podemos ter milhares de defeitos, e
realmente os temos, mas a vaidade não é um deles, mormente nas coisas do
Espiritual. Não estaríamos de pé, durante 33 anos de lutas e batalhas, se o
Astral não estivesse conosco… Assim, queremos deixar claro a todos que, nem ao
Pai Guiné ou ao Pai Matta, em momento algum, solicitamos isto ou aquilo
referente a nossa Iniciação e muito menos à sua sucessão… Foi o Astral quem nos
pediu (o videocassete mostra) e, como sempre o fizemos, a Ele obedecemos… Mas o
que queremos, em verdade, é ser aquilo que sempre fomos: nós mesmos. Não
estamos atrás de status; queremos servir… Queremos ajudar, como outros, a
semeadura, pois quem tem um pingo de esclarecimento sabe que amanhã…
Texto retirado do
Livro Fundamentos Herméticos de Umbanda . (Mestre Arhapiagha – Editora Ícone –
1996)